CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA E O RACISMO AMBIENTAL EM BARCARENA, PARÁ, AMAZÔNIA ORIENTAL, BRASIL: DESAFIOS PARA A SAÚDE ÚNICA
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https://doi.org/10.17564/2316-3798.2025v10n1p110-131Publicado
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Resumo
A Leishmaniose visceral humana é um grande problema de saúde pública no Brasil. Assim, a pesquisa objetivou analisar a distribuição espacial da Leishmaniose visceral humana e sua relação com variáveis epidemiológicas e ambientais, no município de Barcarena, no estado do Pará, no período de 2008 a 2022. Para tal, este estudo ecológico utilizou dados obtidos em bases oficiais do governo brasileiro. Foram aplicadas técnicas de estatística descritiva e inferencial utilizando porcentagens e o teste estatístico não paramétrico qui-quadrado de proporções esperadas iguais. A análise espacial foi realizada a partir da utilização das técnicas de Estimativa de Densidade de Kernel e Índice de Moran Global Bivariado, sendo os resultados expressos em mapas temáticos e coropléticos. O perfil epidemiológico observado seguiu a tendência nacional com maior ocorrência em homens, pardos, crianças, abaixo da idade escolar, residentes da zona urbana, caso novo e com evolução para cura. A doença não ocorreu de forma homogênea no município. Foram identificadas diferentes relações espaciais entre as variáveis estudadas e a ocorrência da patologia em questão. Foi observado autocorrelação direta entre as áreas com casos da doença e aquelas com alta antropização com ocorrência de uma produção socioambiental da patologia relacionado ao modelo de desenvolvimento não sustentável implementado na região. Os impactos cumulativos e sinergéticos decorrentes das atividades antrópicas influenciaram no cenário epidemiológico da doença, cujas populações humanas têm historicamente sofrido um processo de racismo ambiental distantes do que preconiza a Saúde Única. Ressaltamos a necessidade de políticas públicas relacionadas ao controle e monitoramento da doença na área de estudo.