SEGREGAÇÃO INFORMACIONAL NO CAPITALISMO DE VIGILÂNCIA: UM PARADOXO PRESENTE NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.17564/2316-381X.2025v10n2p91-104Resumo
O presente trabalho, alicerçado no entendimento sobre o capitalismo de vigilância trazido por Shoshana Zuboff, visa analisar a opacidade algorítmica como forma de segregação informacional e a relevância da transparência para a tutela de direitos fundamentais. O questionamento acerca da eficácia da autodeterminação informativa encontra-se no cerne deste estudo para a compreensão do atual paradoxo presente na sociedade da informação. Revestido do método hipotético-dedutivo e de carácter qualitativo, a partir de pesquisa bibliográfica e documental, o artigo examina a regulamentação como um caminho relevante para uma maior segurança jurídica e aparato legal, mas não como um fim em si mesmo para a proteção efetiva dos dados pessoais utilizados pelas empresas capitalistas de vigilância. Conclui, assim, a essencialidade dos mapeamentos para possibilitar uma compreensão acessível dos utilizadores, através de uma linguagem simples e objetiva quanto à utilização dos seus dados pessoais, para que haja uma autonomia efetiva. A segregação informacional, no capitalismo de vigilância, apresenta-se como um paradoxo na identificação da sociedade da informação, uma vez que é simultaneamente visibilizada e obscurecida nos discursos que a sustentam.