Caracterização da violência sexual em criança no município de Aracaju/SE
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https://doi.org/10.17564/2316-3798.2013v1n2p09-20Palavras-chave:
Violência Sexual, Notificação, CriançaPublicado
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Resumo
Este estudo tem como objetivo caracterizar a violência sexual em crianças em Aracaju no período de 2009 a 2011. Para tal, foi utilizado o banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), fornecido pela Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju. Os resultados mostraram que 82 crianças foram vítimas de violência sexual no município de Aracaju, das quais 79,23% são meninas e 20,74% meninos; 37,8% das vítimas são da raça parda; 23,18% estudaram até a 4º série; 6,1% possuem algum tipo de transtorno. Em relação à violência sexual, 31,72% sofreram estupro; 87,81% dos casos ocorreram com apenas um agressor; em 47,56% da violência houve reincidência; e as consequências detectadas no momento da notificação mostraram que 6,10% das vítimas possuíam estresse pós-traumático. Em relação ao agressor, 41,46% são conhecidos da vítima e da família, e 89,03% são do sexo masculino; 20,74% estavam sob suspeita de uso de álcool no momento da agressão; 76,83% da violência sexual ocorreram na própria residência da vítima. Quanto aos procedimentos e encaminhamentos realizados à vítima, 80,49% coletaram sangue para realização de exames; 85,37% foram encaminhadas para ambulatórios e 69,51% foram encaminhados para o conselho tutelar; 85,37% dos casos foram classificados como provável agressão. Com este estudo pode-se concluir que a violência é um problema complexo, reincidente, com múltiplas causas e consequências extremamente devastadoras para as crianças. Seus agressores ainda são pessoas próximas da vítima e da família e uma mesma criança pode sofrer mais de um tipo de violência simultaneamente.